terça-feira, 28 de outubro de 2008

opa!

A vontade é (de) formar
Minar as bases
Implodir

Que o que se desloca no caminho,
são sentidos
que, vividos,

Argumentam para si a práxis,
envelhecem os pensamentos
Engessam rebeldia.

Tanto que se (dê) nota
o semelhante
o que é sabido.

"É a história"... - diz a dona da palavra.
que não sabe que a ela se molda,
que não sabe que a ela re-torna(-se).

Tal como o crítico, que,
não criticando a si,
fecha a porta dos olhos para o outro.

E alcança, pela voz autoritária,
marca em profundidade,
o oprimido/opressor de si.


Mari Brasil

domingo, 21 de setembro de 2008

Questões curriculares em discussão

De: Irlan

Questões Curriculares 08/09/2008 - O IV colóquio luso-brasileiro sobre questões curriculares que aconteceu na UFSC na última semana mostrou a tendência para o tema neste início de milênio. A idéia central, segundo o professor Antônio Flávio Barbosa Moreira, é a internacionalização do currículo, ou seja, a adequação à lógica do capital. Já a proposta de descolonização do currículo ficou obscurecida diante da hegemonia da proposta embandeirada pelo Banco Mundial. Apenas o estudante Leopoldo Nogueira, do IELA, e a professora Regina Leite Garcia, da UFF, se manifestaram nesta direção.

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De: Miro

Ola Irlan ola galera do decite, tudo bom?O que significa *descolonizaçao do currriculo"?Só pra dar um ponta pé nesse debate que acho interessante.Um abraçoMiro
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De: Irlan


A idéia é que continuamos submetidos a colonialismos, inclusive internos. No caso aqui trata-se de colonialismo externo mesmo, com a idéia de formulação curricular "universalizada", que supostamente nos colocaria em sintonia com o resto do mundo ocidental. Parte certamente da idéia de neutralidade e autonomia da tecnociência. Por essa lógica, parece que não exietem relações de poder que permeiam todo o processo e as diferenças podem ser achatadas, mesmo porque elas não são trabalhadas explicitamente no curriculo. Tem um texto da Eni Orlandi que coloca a questão em termos de tradução de textos para publicação em lingua inglesa que pode ajudar (em anexo). A descolonização, no meu entendimento, é o que faz a etnomatemática, por exemplo. Pensar uma tecnociência que não seja disfuncional como temos por aqui.Ta dada a partida.Abraços,Irlan

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De: Suzani

Miro, Irlan e pessoas, vamos estudar um pouco isso? Eu também gosto muito do tema. Sei que o Irlan está lendo um texto do Michael Apple que apesar de ser uma obra antiga (Ideologia e Currículo) e maravilhosa, é uma edição nova e com coisas depois do dia 11/09. Não é Irlan?Eu gosto muito dessa parte em que ele coloca a tradição seletiva dos conteúdos como os conflitos vão sendo retirados do currículo...Vejam um trecho vai ser publicado num livro que fiz com outras duas autoras:"Nesse sentido, embora essas questões sejam relacionadas ao conteúdo de ensino, vão além desse conteúdo na medida em que provocam a reflexão sobre a sua pertinência ou não, e alertam, inclusive, para possibilidades de seleção de conteúdos diferenciados dos usuais. Assim, noções como currículo oculto e tradição seletiva dos (conteúdos), como são trabalhadas por Michael Apple evidenciam a necessidade de planejarmos o ensino não nos restringindo ao que de imediato nos parece o óbvio a ser feito. Esse autor adverte para o fato de que os conteúdos escolares usuais foram selecionados entre muitos outros possíveis e, conseqüentemente, podem ser modificados com base em critérios plausíveis de natureza política, filosófica ou pedagógica. Por outro lado, o trabalho de Michael Apple ao confrontar situações de consenso e de conflito, também contribuiu para que pensássemos nessa oposição como um par dialético consenso/conflito. Par dialético no sentido de que um só existe por oposição ao outro, o que nos faz refletir sobre a relevância de, mediarmos o conflito em situações de ensino e, inclusive, procurarmos instaurar em sala de aula situações favoráveis ao debate de idéias."Que acham? Gente, temos que aproximar essas coisas AD e Educação!!! Vejo como há poucas articulações principalmente na área de Educação Científica e Tecnológica...Bem,pra 6af as 15h, temos o texto que o Edson nos trouxe sobre Baktin, Focault e Pecheux, que está no xerox da nossa pasta do Dicite.BeijosSuzani


De: Miro

Ola pessoal, tudo bom?Li (Ufa!!) o texto de aproximação dos três Michelis. Como não ireina reunião de sexta, talvez algumas coisas serão esclarecidas porlá, mas vai aqui a minha contribuição para o debate.Maria do Rosário nos oferece uma oportunidade para que reflitamossobre a "história da costrução conceitual que interliga o discurso,o sujeito e a sociedade." e faz um ensaio sobre as idéias dos três Michelis e nos remete a pensar "como esses autores foram e estãosendo lidos, interpretados e postos em funcionamento em trabalhosatuais no Brasil?".Claro que tudo isso é muito importante, pois trata-se de autores que mexem conosco e nos faz refletir sobre nossas formas de pensar ede agir no mundo. A questão que eu coloco é tentar, a partirdestas teorias, relacioná-las às nossas práticas de sala de aula eao mesmo tempo encontrar algum elo entre essas discussões de"discursos, linguagens, sentido, poder, história, sociedade,tecnologia", e tentar ver de que maneira estes autores nos ajudama discutir a questão da educação. Aí entra a discussão docurriculo que estamos interessados. Será que esses autores nosoferecem sustentação teórica para negar isto que está posto etermos argumentos suficientes para propor um novo modelo deformação das nossas crianças e adolecentes ou devemos ficar apenas(não no sentido de ser menor) discutindo quem tem razão entre ostrês Michelis?Qual o nosso posicionamento enquanto grupo de estudos, onde queremoschegar nas nossas tardes ensolaradas (nem tanto!!!) de sexta-feiras?Um beijo carinhoso a todos e a todasMiro


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De: Edson
Minhas caras e caros dicitianos: Primeiramente, endosso também minhas congratulações à Suzane ... nossareferência dicitiana....Um breve relato da reunião (talvez respondendo em parte as inquietações doMiro...) de ontem, que espero seja complementada pelos presentes ontem,Suzani, Irlan, Narjara, Lucas e Guilherme , além deste jovem mancebo aqui..Não foi possível "dissecar" integralmente o texto, mas a discussão foi muitorica e levou a várias associações...Uma primeira constatação tem há ver com a clareza do texto... contraponto àsreclamações dos textos da Eni...(aliás, a Suzane trouxe um outro texto daautora – Maria do Rosário Gregolin, que também parece sugestivo para nossosaprofundamentos...)Outro aspecto , muito ressaltado pela autora, é a busca de fazer umaaproximação entre esses 3 autores, a partir de uma releitura histórica dasobras de cada um , tentando entender as aproximações e divergências...Esse aspecto é importante, pois é comum , principalmente no caso de Pêcheuxse fazer uma leitura homogêneizante (provocada também pela não tradução enão leitura dos últimos textos de Pêcheux...), como se o próprio Pêcheux nãotivesse revisto alguns de seus conceitos iniciais, inclusive em relação adiscordâncias iniciais em relação a Bakhtin e Foucault. Assim , a autora fazum resgate dos 3 Michéis...Outro aspecto importante , foi ressaltar que os 3 autores buscaram dar (comsemelhanças e divergências) respostas às articulações entre teoriaslingüísticas, teorias do sujeito e teorias da história e sociedade,envolvendo a diferentes interpretações de Marx, Freud e Sausurre (e, no casode Foucault, é bom acrescentar Nietzche...)Também é muito rica a ressignificação do poder na visão focaultiana, que secontrapõe à visão (marxista e althusseriana...) que o relaciona apenas aopoder político macro – institucional.. e o vê de modo dicotômico (os que tême os que estão alijados do poder.etc... Foucault irá trabalhar com aperspectiva dos micro-poderes (microfísica do poder...)que se disseminam portoda a estrutura social , sendo que a resistência também não tem um pontofixo e sim pontos móveis... Nesse sentido, ele entende que existe umarelação íntima entre saber e poder....não distinguindo ciência e ideologia(termo, aliás que ele prefere não usar...). Nesse sentido é muitosignificativo como em algumas de suas obras ele produziu uma história dosdiferentes modos de subjetivação do ser humano na nossa cultura (História dasexualidade, vigiar e punir (que inclui o poder disciplinar dos hospícios,fábricas, presídios... escola...).Essas, entre outras questões que discutimos na reunião, foram relacionadasàs questões curriculares...(o Irlan sugeriu uma importante referência parapensar o currículo: Michel Apple...), a CTS, formação de engenheiros.... , àBiologia como tendo muitas facetas polissêmicas...(lembrei do Seminárioapresentado pelo Welton sobre as diferentes leituras da teoria da evolução,as controvérsias entre Nietzche e Darwin...que tem muito há ver com asnossas discussões.... ).Isso é um pouco do que captei da leitura do texto e da reunião... espero queseja complementado pelos outros participantes...Finalizo, dizendo que devo me afastar provavelmente nessa semana paraacompanhar uma cirurgia do coração a que minha mãe se submeterá... Contocom a força , reza ou torcida de vocês pra que tudo possa correr bem...Abração a todos!Edson


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De:Betania

Estava pesquisando no google sobre Michel Apple e me deparei com a resenha do livro: Moreira, Antônio Flávio; Soares, Magda; Follari, Roberto A. e Garcia, Regina Leite (Org). (2001). Para quem pesquisamos, para quem escrevemos: o impasse dos intelectuais. São Paulo: Cortez (Coleção Questões da Nossa Época).Ele faz uma importante articulação com as questões da linguagem do pesquisador/escritor em suas publicações, a questão apontada por Suzani sobre o objetivo da revista ciência e ensino (da qual Suzani, Henrique e Mariana são editores), linguagem e currículo.Destaco uma parte da resenha elaborada por Ana Lucia C. Fernandes, doutaranda na Universidade de Lisboa no Departmente de Historia e Educaçao Comparada. Esta parte é do artigo de Antônio Flávio Barbosa Moreira que tem como título Para quem e como se escreve no campo do currículo: notas para discussão. "Apropriando-se de citações do poeta mexicano Octavio Paz, o autor parte de uma distinção entre o escritor especializado em um determinado campo do conhecimento e o escritor sem um tema fixo. O primeiro escreve para leitores interessados no seu próprio campo ou em suas questões atinentes, formando com eles uma comunidade. Já o segundo, não possuindo um público previamente determinado, escreve para estabelecer um diálogo, ou seja, para formar futuramente uma comunidade. Transpondo esta questão para o campo da educação, Antônio Flávio, ele próprio um especialista em currículos e profundamente implicado com o trabalho em cursos de formação de professores, constata alguns obstáculos nos diálogos estabelecidos entre os especialistas da sua área e os professores ou futuros professores. Equívocos, falta de compreensão, por que tais problemas ocorrem? Quais as razões para os desencontros entre aquilo que os especialistas escrevem e os leitores que os lêem? Para examinar tais questões, o autor propõe-se “a analisar textos de alguns dos especialistas em currículos que declaram escrever para professores”. O autor recorre ao pensamento sobre currículo produzido nos Estados Unidos, em função de sua significativa influência sobre o Brasil, e detém-se em alguns dos nomes que se destacaram nos três momentos que ele identifica constituírem marcos de ruptura no discurso. Em cada um desses momentos, procura relacionar a concepção de currículo subjacente e a forma como os pesquisadores/autores se dirigem aos professores/leitores. O primeiro momento refere-se ao período que vai dos anos vinte aos anos setenta, no qual o autor identifica a emergência do campo de currículos e a predominância de uma tendência tradicional. Desse período, o autor destaca Ralph Tyler e Hilda Taba. Bastante difundidos no Brasil nas décadas de sessenta e setenta, esses autores ilustram um enfoque em que a pesquisa, fortemente pautada pelo positivismo, pretende descrever o mundo e que tais descrições podem ser empregadas em um planejamento que por sua vez pode promover o progresso e o aperfeiçoamento social. O currículo é algo que pode ser elaborado através de um processo bem planejado com etapas e procedimentos passíveis de serem seguidos através das indicações prescritas nos livros que os pesquisadores escrevem. O segundo momento vai dos anos setenta aos anos noventa e marca a reconceptualização do campo e o predomínio de uma teoria crítica de currículo. Aqui, a tendência instrumental anterior é rejeitada e “despreza-se o propósito dos autores tradicionais de oferecer diretrizes para os que trabalham na escola”. Antônio Flávio identifica duas novas tendências surgidas neste momento. Uma de cunho mais humanista, cujo nome mais conhecido é o de William Pinar, e uma outra mais política, cujos principais representantes são Michael Apple e Henry Giroux. Em ambas as tendências, o enfoque dos pesquisadores parece afastar-se do processo de elaboração e desenvolvimento dos currículos para centrar-se mais no interesse em compreender o currículo. Em Pinar, o autor identifica que o propósito não é guiar os que estão envolvidos na prática pedagógica, mas ressalta que mesmo opondo-se ao caráter técnico e rígido do discurso tradicional, acabava caindo numa certa postura ingênua e ao mesmo tempo autoritária. A análise da produção de Apple evidencia, para Antônio Flávio, “uma postura com nuances autoritárias, que sugere ao leitor caminhar, como o teórico o fez, de uma romântica compreensão do currículo para um maduro combate em prol de justiça social”. Já a análise da produção teórica de Henri Giroux leva o autor a se perguntar se “não será possível escrever para o professor de forma menos autoritária, sem tantas certezas?” Finalmente, o terceiro momento analisado por Antônio Flávio contempla o período dos anos noventa em diante. O autor dá conta de um certo declínio de prestígio da teorização crítica ao mesmo tempo em que ocorre uma expansão do campo em direção a novas tendências curriculares. Para finalizar, o autor aborda algumas das tensões e discordâncias que podem ser identificadas naquilo que o especialista pretende oferecer aos professores. É nesse enquadramento que surgem relevantes questões tais como a do autoritarismo do pesquisador, a da combinação entre trabalho científico e compromisso político, a questão da busca de alternativas, a questão da linguagem, entre outras" E por fim diz a escritora da resenha: "A fim de concluir esta resenha, importa dizer que o livro procura responder a questões que muitos de nós nos colocamos quando fazemos pesquisa e escrevemos. Ao procurar responder a essas inquietantes perguntas, de maneira instigante e algumas vezes polêmica, os autores falam a partir dos diferentes lugares que ocupam e, muitas vezes, trazem mais perguntas do que respostas. Mas não será este um forte indicador de que o livro é realmente bom?" Isto tudo é pra sugerir a leitura do livro hehehehhe

Bethânia Medeiros Geremias
Coordenadora de Sala Informatizada

terça-feira, 2 de setembro de 2008

domingo, 10 de agosto de 2008

Polêmicas sobre a TV e a Educação

Yoda:
Aí, galera Nós já fizemos esta experiência. A desintoxicação inicial é difícil, algo dotipo dependência química. Com o tempo as vantagens aparecem e, em nossocaso, mudaram radicalmente nosso comportamento (parece até “relato deexperiência”).Só uma coisa: não pense que o recado não é para você. A maioria das pessoasacredita que não assiste muita TV. Assim, tente estimar todos os dias, otempo que você passa na frente da telinha. No início, um exercício legal étentar fazer uma parada radical pra ver se você consegue passar um diainteiro sem liga-la.Mas antes, dêem uma lida no texto do Alfredo Pereira.Abraços daqui de Floripa,Welton DESLIGUE A TV. LIGUE-SE NA VIDAAlfredo Pereira dos SantosDuas experiências mudaram radicalmente a minha visão no que se refere ao usode televisão, computadores e videogames, principalmente por parte decrianças. Uma delas foi a leitura do livro "A criança e a TV", da médica epsicanalista argentina Raquel Soifer. A outra foi a leitura dos textos doprofessor Valdemar Setzer, que estão disponíveis na internet para quemquiser consultar.Não é de hoje que se suspeita que haja alguma coisa errada com a TV. Ocronista Sérgio Porto, nos anos 60, referia-se a ela como "a maquina defazer doido" e o sociólogo Betinho a classificou como "a mais fantásticamaquina de imbecialização jamais criada". Outro sociólogo, estenorte-americano, Waldo Frank, disse que "a TV esta formando gerações dedébeis".A médica Raquel Soifer, contudo, vai mais longe, ao afirmar que a TV criaproblemas de dislalia, dislexia e disgrafia nas crianças. E mais: a TVnarcotiza essas crianças, predispondo-as ao consumo posterior de drogas. Háno livro o depoimento de pesquisadores de MIT que afirmam categoricamenteque "as pessoas que, a partir dos anos 60, cresceram diante da TV, não tem ainteligência das mais antigas. " Eu imagino que isto seja verdade, quandocomparo as crianças de hoje com as do meu tempo de garoto. Ressalto que falocom a visão de quem passou a infância e a adolescência em Copacabana, nazona sul do Rio de Janeiro, na década de 50. Naturalmente que os meninos dehoje sabem muito mais em matéria de sacanagem do que os da minha geração. Emcompensação, perdem de dez a zero em matéria de raciocínio lógico,inteligência e cultura. Eu só tenho uma explicação para isso: o longo tempoque elas permanecem em frente a TV e vídeo games. Naturalmente que algumascrianças escapam a esta triste sina quando os pais são mais esclarecidos,como o Bill Gates, que afirmou: "os meus filhos terão computadores, masantes terão livros" e limitava o tempo deles diante da TV a 45 minutosdiários. Outras crianças escapam porque as muitas atividades em que estãoenvolvidas (culturais, esportivas, etc.) não lhes deixa muito tempo para verTV.Locke dizia que "não há nada no domínio da razão que não tenha passadoantes pelos sentidos". De minha parte, tenho dito que física e matemáticanão se começa a aprender na escola, mas sim nas primeiras brincadeirasinfantis.A minha má vontade com a TV não se refere apenas ao seu uso por partede crianças. Acho lamentável que muitas pessoas idosas levem uma vida tãovazia e tão destituída de sentido que não conseguem se desgrudar da TV,desperdiçando seus últimos anos de vida diante dela. E o que é pior,acelerando o processo de sua própria decadência, como pesquisas recentesrevelam. È como se essas pessoas estivessem renunciando a uma vida útil eativa e ficassem aguardando o inevitável fim, como condenados no corredor damorte.Pode ser que nem tudo esteja perdido. A luta pelo desenvolvimento exigecompetência e não se pode exigir tal coisa de uma geração de iletrados.Desse modo os governos, por mais incompetentes que sejam, vão perceber quealguma coisa precisa ser feita, que providências precisam ser tomadas paraelevar o nível cultural do povo, incluindo-se ai as competênciaslógico-matemáticas.Antes de tudo há que se conscientizar os pais. O problema que eles tambémsão viciados em TV, de modo que a luta será árdua.Eu não chego a ser como o professor Valdemar Setzer, que evitou ter TV emcasa durante muitos anos, nem tenho filho pequeno que justifique a retiradado aparelho, como fez um amigo meu, para evitar que o filho, de quatro anos,seja prejudicado pela TV. Tenho um único aparelho que uso para ver DVDs e,eventualmente, ver um ou outro programa de TV a cabo. As vezes vale a pena,mas nunca fico muito tempo, pois acho que existem coisas mais agradáveis dese fazer do que ficar parado vendo TV. Gosto muito mais de escrever, porexemplo, como estou fazendo agora.Há poucos dias vi, no GNT, um programa que trata de uma experiência levada acabo por uma escola inglesa, e que consistiu na retirada de aparelhos de TV,computadores e videogames, por duas semanas, dos lares cujos paisconcordaram em participar da experiência.A escola esperava que o teste tivesse algum impacto no desempenho escolardos alunos, o que de fato houve, mas o impacto maior foi na própria vida dolar e na relação entre as crianças e entre elas e seus pais.A primeira e importante conclusão foi: TV NÃO FAZ FALTA. As criançascomeçaram a usar a imaginação nas suas brincadeiras e a jogar xadrez eoutros jogos e a brincar mais.Uma coisa que ficou manifesta é que os pais, quando diziam que nãosabiam como as crianças iriam se sentir, na verdade estavam preocupados como que eles, pais, iriam sentir. Tratava-se, pois, de mera projeção. Ficouclaro que muitos pais usam a TV para controlar os filhos (baba eletrônica) esem ela eles precisariam mostrar que estavam a altura do desafio de serempais.A retirada da TV e de outros aparelhos proporcionou uma maior interaçãoentre os membros da família. As crianças se acalmaram porque passaram areceber mais atenção e o ambiente melhorou consideravelmente.Ao término da experiência em alguns casos o consumo da TV reduziu-seem 50 por cento. Alguns pais resolveram tirar a TV dos quartos dos filhos,bem como dos seus próprios quartos, conservando uma única TV na sala paraque todos pudessem vê-la conjuntamente.Em suma, quando nos Estados Unidos alguns grupos começaram a fazercampanha cujo slogan era DESLIGUE A TV. LIGUE-SE NA VIDA, eles sabiam o queestavam dizendo.O Brasil é um pais onde as pessoas ficam muito tempo diante da TV. Não porcoincidência os nossos estudantes se saem muito mal em matemática, ciênciase idiomas quando comparados a estudantes de outros paises.Salta, pois, aos olhos que temos sido bastante estúpidos em relação a estaquestão, mas não há nenhuma razão para que continuemos a sê-lo,indefinidamente.Rio de Janeiro, 29 de março de 2008A TV é um entorpecimento físico e mental constante (Valdemar Setzer). ----------------------------------------

Mari:
Por favor, me passe a referência desse texto...é mais um q eu vou arregaçar na minha tese. acho que nunca vi tantoabsurdo junto.é por essas e outras q a tv continua, no âmbito da educação, fora de umestudo sério, sistematizado, que contribua para compreender seus modos defuncionamento e as ações educativas efetivas necessárias para que haja uma"desnaturalização" destes modos atuais: submissão do leitor ao texto,falta de reflexão sobre o texto, "humanização" da textualizaçãotelevisiva, entre outras merdas que se estabeleceram ao longo da nossahistória, exatamente pq os PIMBAS (pseudo intelectualóides metidos abestas - isso mesmo! nós!) a compreendem, ora como o "demônio", que deveser banido da face da terra, ora como apenas entretenimento inútil, semdar maiores atenções às necessidades que a inserção de todo meio decomunicação (tecnologia) acarreta no campo da educação...isso mesmo! vamos continuar pregando aos nossos alunos que se apeguem aoslivros e ignorem as telas! como temos visto, isso tem funcionado muito...Mari Brasil
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Yoda:
Há muitos estudos sérios e sistematizados sobre a tv no âmbito daeducação, sobretudo na área de comunicação social. Há, inclusive, muitascoisas sérias sendo produzidas neste sentido.Mas fica difícil de entender quando se faz leituras tão superficiaisassim. A interpretação de que o texto tenta banir a televisão para sempree que prega que os alunos se apeguem a livros é uma "forçadona" de barra.Talvez não refratar assim tão veementemente qualquer crítica que se faça aTV ajude a não esbanjar palavras e a pensar um pouco mais antes de falarbesteira.Welton


Mari Brasil:
Como uma analista do discurso, devo dizer que muitas, muitasinterpretações são possíveis mesmo. E que devo estar bastante incomodadamesmo com o desprezo com q as pessoas olham para a TV hoje em dia – afinalela é meu objeto de estudo em educação. Talvez esse seja o motivo de umareação tão exagerada....me perdoe, mas qdo eu vejo um texto dizendo para se desligar a TV e irviver a vida, sinto muito, mas o efeito-leitor que me pega é esse mesmo: oque coloca a TV em uma gaveta com a etiqueta "porcaria".E esse preconceito que está cada vez mais enraizado na nossa sociedade, aponto de se considerar a leitura deste meio um vício e, ao mesmo tempo,convidando-nos a abandoná-lo (Você está brincando comigo? Meio decomunicação! Discurso! abandonar discursos? Você queima os livros quefalam sobre o nazismo como um regime político interessante, ou deixa delê-los pq só dizem merda? Não se aprende nada da merda incrustada naspáginas?) acaba retirando da televisão a imagem e legitimidade discursiva- o que eu considero um desperdício, pensando no potencial que este meiotem para se transformar em discursos interessantíssimos.Além disso, ao se tratar a TV desta forma, damos margem à interpretação deque ela não deva ser levada à sério... o que eu considero um problemamuito pior.Ao mesmo tempo, devo dizer que vc tb me interpretou mal tb... eu não disseque este texto em questão prega que os alunos devam se apegar aos livros.Eu disse que a grande maioria dos discursos privilegia a leitura doslivros e menospreza a leitura da TV. Não é só esse não! Mas, já que minhainterpretação pode parecer superficial, posso pegar pelo menos um trechodo texto onde esta relação se demonstra explícita:“Naturalmente que algumas crianças escapam a esta triste sina quando ospais são mais esclarecidos, como o Bill Gates, que afirmou: "os meusfilhos terão computadores, mas antes terão livros" e limitava o tempodeles diante da TV a 45 minutos diários.”E um dos lugares onde isso está mais presente é, exatamente a escola, quese eximiu do trabalho de ter a televisão como objeto de ensino. E aí,tenho também que discordar do autor qdo assume que esta “imbecilização” danossa geração tenha suas raízes na televisão, como assume neste trecho:“Em compensação, perdem de dez a zero em matéria de raciocínio lógico,inteligência e cultura. Eu só tenho uma explicação para isso: o longotempo que elas permanecem em frente a TV e vídeo games”.Creio que este cara não deve ter se ligado muito nas mudanças queocorreram em termos de investimentos em educação, nas mudanças queocorreram com a abertura das escolas para outras classes (sem que houvesseuma preparação para que esta extensão das escolas a outras classes sociaisfosse, efetivamente, democrática), no aumento da população escolar e nadesvalorização da classe trabalhadora docente, entre outros probleminhassociais básicos que vêm ocorrendo desde que ele deixou a escola na zonasul do Rio.Ainda devo lembrar que os EUA, um dos países em que mais se passa a vidana frente da TV, a partir dos investimentos que foram feitos na educação apartir da década de 70, não formam mais tantos imbecis como formavamantigamente. Pelo menos não imbecis em termos de lógica matemática,ciências e línguas, que é o que me parece importar a partir do texto.Além disso, devo dizer que há sim, muitos estudos sérios e sistematizadossobre a TV, mas poucos, se comparados, só pra pensar num exemplo, aosestudos realizados sobre internet/computadores/novas tecnologias,especificamente na área de educação. E olha que a internet é um meio muitomais recente e pouco difundido no Brasil do que a televisão, que, querendoou não... está em todas as casas. Ou vc jogou a sua fora?E, por favor, se for possível, eu agradeceria se vc me mandasse areferência. Prometo que vou lê-lo com muito mais profundidade do que estaleitura rápida de e-mails.Valeu,Mari
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Irlan:
Boa reflexão. Essa é a Mari que conheço.Esse assunto deve ser mais discutido e melhor divulgado. Vamos nessa dicitianos.Por que não colocar o debate no Blog do DICITE?Abraço a todas(os).Irlan
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Edson:
Pessoal, mais um tempero nesse debate...ciente que se manifestar sempre gera efeitos de sentido desejados ou não... mas faz muito bom pra um grupo comoo nosso...Gostaria de botar meu pitaco nesse pequeno debate... mas pra falar sobre as ironias e artimanhas do discurso... Considerando que , a tecnologia fala, independente de a usarmos ou não... eprecisamos de um discurso (sempre axiológico, avaliativo e produtor de sentidos...) seja para defende-la ou execrá-la, ressignificá-la, enfim....as duas posições me parecem serem contra-hegemônicas em relação ao (s) discursos hegemônicos: o texto divulgado pelo Welton é contra-hegemônico em relação ao apelo da sociedade de consumo e o discurso da Mari é contra-hegemônico em relação ao modo de se utilizar – ou não se utilizar – a tv na escola...ou, mais do que isso, pensa-la , em termos de aprendizagem e construção do conhecimento...(aqui me parece que há uma variedade de discursos _que se pretendem “científicos” – portanto, dignos de nossa confiança... que merecem ser pensados criticamente...)as duas posições carregam um pulso utópico, e uma “vontade de verdade” e tentam fazer parte na disputa contra-hegemônica por uma outra forma de aproximação da tecnologia...também cabe notar que os dois discursos podem ser reapropriados e ressignificados segundo diferentes interesses sociais, pedagógicos, politicos...ou seja, não temos garantias sobre como serão entendidos e reapropriados...ou seja, precisamos estar participando intensamente -etica, politicamente, pedagogicamente -na produção de sentidos... sobre o embate discursivo em si:a) pra começo de conversa, a própria tecnologia em si, já condicionou o modo como o debate começou a acontecer: uma lista de discussão, uso da escrita... (acho que tudo é linguagem, não é Emerson?) que produziram, entre outros efeitos de sentido, a imagem de :um embate entre duas racionalidades, que abstraem os falantes ... mas, cabe a pergunta: quem fala?São dois discursos? Ou são dois seres múltiplos (que pouco se conhecem pessoalmente...), com múltiplas vivências (professores, pesquisadores, , cidadãos, que tomam uma posição avaliativa, axiológica em relação à tecnologia...) e cheias de intenções (visíveis e invisíveis... afinal o sujeito do discurso é também o sujeito do inconsciente , dividido, que faz os sentidos deslizarem...), axiologias que se refletem e refratam no discurso...De qualquer modo, do discurso produzido no debate foi possível constatar algumas "posições sociais de sujeito" explicitas e implícitas que também “falaram nos falantes” e participaram da produção de sentidos: analista de discurso, pesquisadores, usuários da tecnologia, porta-vozes de discursos pedagógicos, pai,filho, filha... Além disso, o debate foi animado pelas múltiplas imagens criadas entre os interlocutores (diretos e indiretos...) que atuaram e deram pinceladas carregadas .... próprias de um debate vivo e face a face , mesmo sendo à distância....rsrsrssr...b) entre outros aspectos, os dilemas no qual o debate trafegou - apocalípticos e integrados,... demonizar ou beatificar... solução ou problema pedagógico... são típicos de um certo discurso da racionalidade moderna que vê o mundo em termos de dualidades (inconciliáveis?)ou, ou, ou.... (não é o papai noel... não...rsrsrs)e que levam ao dilema : contra ou a favor? Contra ou a favor... Será que não cabe, também o “muito pelo contrário, nem contra , nem a favor...”rsrss.... ou seja : “um beco, com saída..”? rsrsssrrs....Não caberia aqui transgredir essa dualidade cartesiana e tentar o exercício do pensar dialógica (bakhtinianamente falando) e heterogeneamente....(Deleuze...)? Aliás, me pareceu que é nesse sentido que se encaminham as observações da Patrícia... que concordou em parte , mas também discordou.... usando, além da argumentação racional, a própria vivência – unindo mundo da vida e mundo da teoria(que fazia parte de um dos projetos do Círculo de Bakhtin...)Finalmente, acho imprescindível em qualquer debate utilizar uma ferramenta importante para tentar driblar a “vontade de verdade “.... que carrega nossos discursos de certezas: o humor, a (auto)ironia) que faz com que a agonística dos discursos não leve à vitória de um único sentido possível e sim à riqueza da heterogenidade e pluralidade de sentidos....Não a uma palavra final, e sim, como diz Irlan, à continuidade e ampliação do debate ... da ressignificação , das diferenças inquietantes...abração ...Edson
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Mari:
Ué... mas ninguém aqui me pareceu buscar um debate final para se chegar auma verdade. Estamos, ainda em debate... talvez o discurso inflamado dadefesa de pontos de vista (momentâneos, devidizer, pelo menos o meu!)possa dar esta impressão mas... sei lá. acho que é pra isso que serve umalista de discussão, não?Ao mesmo tempo, devo dizer que me descobri uma modernosa há pouco tempoatrás... sei lá... virei uma mistureba. tudo parece fazer mto sentidoagora... modernidade, pós, pré. tá tudo aqui bagunçado e pirando meucabeçote. ainda mais depois do niezsche, akele fdp, bom pa caraio!assustadoramente, tou gostando até de descartes... o cara é genial.hauuhauauhahu.enfim colega... continuemos enrolando, digo, discutindo, eqto o mundopassa e as coisas mudam... devagar demais.beijosMari
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Edson:
Tenho certeza que não, Mari...mas essa tb foi uma irônica provocação...rsrs..achei ótima a sua provocação... e tb acho que é legal nós utilizarmos nossos proprios discursos pra tentar fazer AD...aliás, em relação à tv e tv na escola... eu concordo em gênero, nr. e grau...que ela ainda é sub-utilizada... tenho um amigo meu que defendeu sua dissertação(analisando a TV Escola...),já há alguns anos , com boa parte das preocupações que vc tem...Eu, na minha dissertação analisei a informática na educação (O extinto PROINFO...),e especialmente o descompasso entre a escola (da cultura de Gutemberg.... e bem cartesiana...)e a cultura audiovisual na qual a garotada toda trafega..., Por outro lado, acho que o "ficar sem tv" pode ter múltiplos sentidos... desde a significação meramente "apocalíptica" até uma forma digamos"heterogênea..."de trafegar nessa cultura audiovisual...de qualquer modo, eu considero que o material discursivo da tv é farto ,em todos os sentidos ,e dialogicamente necessita ser usado no cotidiano escolar...pra mim sempre fez parte da minha prática docente... mas, sem dúvida, a escolaestá longe de entender essas potencialidades...bjs bom domingo!
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Yoda:

Caramba, se eu soubesse que este e-mail maribrasil era da Mariana eu teriaaté ficado menos chateado. É que a "dureza" do discurso escrito é bemdiferente quando conversamos pessoalmente com a Mariana. Assim, porescrito, temos outra "entonação", como diria Bakhtin. Já ouvi muitas boase "duras" falas dela ao vivo (que, confesso, como bom nietzscheano, gostomuito) que, associadas com um agradável riso irônico e simpático, soam bemagradáveis.Concordo com o Irlan e também acho pertinente a sua preocupação Mariana,não perdendo de vista que temos diferenças axiológicas quanto à TV. Dequalquer forma, não tão grandes. Não sou radical a ponto de "abolir" a TV,nem fazer apologia disto, mas confesso que me preocupo bastante com o "emque medida" ela deve ser usada. Assisto TV, sobretudo a Cultura e, agora,por dica do Edson, o CQC, na Band, com o adorável jornalista Marcelo Tas.Abraços,Welton

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Yoda e Mônica:

Eu assisto a TV Cultura, custe o que custar - CQC.que a felicidade vaiatacar pela televisãoE vai felicitar, felicitar,felicitar, felicitarfelicitar até ninguém maisrespirar.Aproveitamos os versos irônicos do Tom Zé para versar um pouco sobre aspoucas possibilidades da TV brasileira. Caso da TV Cultura, por exemplo.Mas dizer que a TV Cultura tem uma programação muito boa, etc., etc., já é umlugar comum no Brasil. É muito fácil você encontrar alguém elogiando osprogramas da referida emissora. O difícil é você chegar na casa de alguémque esteja assistindo a TV Cultura, o difícil é flagrar os pais cultivandoem suas crianças o hábito de assistirem os criativos programas infantis daTV Cultura, o difícil é estar na casa de um amigo ou amiga que te convidepara assistir um daqueles programas que versam sobre filosofia, boamúsica, e outras coisas tão importantes para a atividade física cerebral.Em nossa casa, já faz um tempo que cultivamos o hábito de assistirpraticamente só a Cultura (com raras exceções, CQC, por exemplo), e noscausa um incômodo quase orgânico sempre que chega alguém que desconheceesse hábito e, portanto, liga a televisão nos velhos e repetitivos programasdas emissoras comerciais.Sempre que mudamos para outra casa, queremos logo saber se conseguiremosboaimagem do canal 2. Isso aconteceu também quando viemos morar em SantaCatarina, aqui no Morro do Quilombo. E não se trata de birrinha contra osoutros canais, a questão é que é muito difícil encontrar um programabem-humorado, inteligente, crítico, nesses outros canais (com rarasexceções, CQC, por exemplo).E desde o momento em que tivemos uma criança cotidianamente em casa, queficamos craques em audiovisual infantil, e, custe o que custar,audiovisual que passe pelo nosso chatíssimo crivo ideológico. Nada que contenha socos,murros e pontapés a cada segundo, nem os velhos clichês de estupidificaçãoinfantil, como as historinhas do tipo “tudo é lindo” e “o bem contra omal”.Não é nada difícil fazer uma criança viajar no mundo cheio de imaginaçãodo Castelo Rá-Tim-Bum, por exemplo, ou curtir um rock rural com a turminha doCocoricó. Agora tem também a nova versão da Vila Sésamo, com a Bel e oGaribaldo brincando um monte; além desses tem muitos outros, mas não vaidar para falar de todos aqui. Qualquer dúvida é só escrever pra Kaidara, nessequesito ela é mais craque do que a gente.Advertência: não estamos querendo induzir ninguém a fazer da Cultura ababá eletrônica dos pequenos. Apesar das muitas coisas interessantes, nenhumacriança merece passar a manhã inteira na frente da televisão. Aliás, éimportante sentar com a criança de vez em quando para assistir com ela,interagindo.E o tal do CQC! Pois é, sem muito custo, ultimamente abrimos uma exceçãopra TV Bandeirantes. E por incrível que pareça, por causa de uma pessoa quepassou muitos anos lá na Cultura, falamos do Marcelo. Marcelo é MarceloTas. Ele fazia o Telekid, um quadro do Castelo Rá-Tim-Bum, que entrava em cenaquando ninguém mais podia ou queria responder as infindáveis perguntas doZequinha. Então ele aparecia e dizia: Porque não não é a resposta!Este maluco careca ficou muito tempo a frente do Vitrine também, agora foipra Band e faz o CQC – Custe o que Custar. Junto com uma equipe derepórteres bem malucos, o programa deixa muita gente em saia justa. E porfalar em saia justa, Marcelo Tas ficou conhecido nacionalmente pelo famosoepisódio onde aplicou a delicada peça feminina em Paulo Maluf. ErnestoVarela, seu repórter-personagem, no início do período de abertura políticapós-ditadura militar, fez uma simples e “inofensiva” pergunta ao entãodeputado: Muita gente diz que o senhor é ladrão. Isso é verdade?[1]Saia justa é a especialidade da equipe do CQC, que, com criatividade, temfeito muitas perguntas importantes como estas nas noites de segunda-feira,entrevistando políticos, artistas, religiosos e celebridades[2] na maioriados eventos políticos (Cúpula das Américas), sociais (Parada Gay),religiosos (Marcha pra Jesus)... Falando nisso, num dos últimos programas,depois do Danilo Gentili encher, divinamente, o saco dos crentes lá namarcha, Marco Luque encerra a reportagem com o seguinte provérbio bíblico“trocadilhado”: “É mais fácil um rico entrar no buraco de um camelo, doque uma agulha entrar no reino dos céus”.Vale a pena mesmo! Nas quase duas horas de programa, há muita coisa boaprarir e pra pensar. E mesmo quando a questão é menos engraçada, caso dedenúncia social, como na reportagem sobre super-faturamento de merendaescolar, tudo é feito com muita criatividade. Só vendo! Segunda-feira,heim! Com reapresentação reduzida no sábado.A mosca está zumbindo o tempo todo e, ao menor descuido, lambendo certasferidas. E, claro, não há lugar mais cheio de feridas, do que o CongressoNacional. Por isso, os senhores de-puta-dos já tomaram a providência deproibir a entrada da equipe do CQC no sac(r)o estabelecimento. Então apoievocê também a Campanha pelo CQC no Congresso, entrando na páginawww.cqcnocongresso.com.br <http://www.cqcnocongresso.com.br/> e deixandoa sua assinatura neste manifesto ético-político-jornalístico.Mas... trocando novamente de canal, voltemos à TV Cultura. Em Manaus, ondemorávamos, praguejamos muito contra a péssima programação local, com seufraco conteúdo e forte proselitismo político. Como compensação pelo infamecoquetel de mediocridade pseudo-cultural, o telespectador manauara temacesso a bons programas nacionais (TV Cultura de São Paulo), como o CaféFilosófico, o Roda-Viva, o Sr. Brasil, o Observatório da Imprensa, oViola, minha Viola, entre outros. Aqui em Floripa, onde residimos atualmente, aprogramação nacional (TV Brasil) não é tão boa quanto a veiculada emManaus, mas ainda assim é incomparavelmente melhor do que a programação dequalquer emissora comercial brasileira. A TV Cultura de Santa Catarina estarfazendo um esforço para veicular umas coisas alternativas (sobretudo naprogramação infantil), uma proposta que, ao contrário da TV Cultura do Amazonas, nãoveicula somente mero regionalismo folclórico de fraco conteúdo.Mônica Colares e Welton Oda
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Emerson:
TV é um objeto de estudos válido.Não é preciso concordar com o que se faz com ele para estudá-lo.Mas para dar uma provocada amistosana Mari, aqui vai um link (veja abaixo) de uma resenhade um livro do Jerry Mander (veja na wikipedia) que tenho.Meio antiqüado, mas ainda provocativo.Em tempo: Assisto TV, tolero a cultura e a futura por uma hora e também achoque canais 'normais' são basicamente venda, pieguice (novelas) esensacionalismo.Mas vejo que a TV poderia ser uma ferramenta sensacional de educação lúdicaedemocrática, através de sua real popularização, como TVs comunitárias.Nada no estilo big brother and shit. Temos aqui uma TV floripa que difundedocumentários locais e regionais bastante interessantes, mas a qualidade daimagem e da sonoplastia afasta qualquer cristão (ou ateu).Abração.Ah! o link:http://www.netreach.net/~kaufman/Jerry.Mander.html

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Mari Brasil:
banalizar, não ver, proibir, pra mim, não são soluções... e, devemosencarar que a indústria televisiva brasileira tá cagando e andando comseus telespectadores, contanto que eles continuem assistindo. Ao mesmotempo, percebo mudanças sutis na programação, por exemplo da globo que,pra mim, refletem muito mais mudanças nas visões dos telespectadores (e umesforço do canal para acompanhar isso e não perder audiência), do que dosprodutores de lá que de repente resolveram "fazer um bem à população".Pra mim, o negócio é mais desenvolver o olhar do leitor para aprogramação, do que negá-la, dizer que não presta, desligá-la, ou afins. bom, acho que era isso.de qualquer forma, minha TPM passou e acho que deu pra ser menos grossa,digo, incisiva dessa vez! huauauahahu beijos,Mari p.s.: tem uma música do To Zé fantástica em que ele tb fala sobre tv:"sabor de burrice". mas ele tb levanta outros lugares onde a burrice sefaz presente. lugares importantes... vale a pena.
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Betania:
Olha o debate é tem sido bem inflamado. Se detém no assistir ou não assistir, o que assistir e como assistir tv. Eu assisto pouca coisa. Pra mim a questão não está em mudar somente a escola (como disse o Edson, "pra mim sempre fez parte da minha prática docente... mas, sem dúvida, a escola está longe de...). Bom, entendi neste discurso que vc se coloca fora dela. Eu sim, a escola não. Mas qual um dos principais campos de trabalho dos educadores? Quero acreditar que há sujeitos professores nas escolas que fazem um bom trabalho com as mídias, além de vc...heheheheh Me desculpe, não é pessoal, mas prefiro ser otimista. Talvez esteja na hora mesmo de tocar o pau na mídia com a mesma intensidade com que tocamos nos "professores" (não em nós) e na escola . Vi uma pesquisa que mostra que as crianças de hoje passam mais de quatros horas assistindo televisão ou acessando a internet. Onde está a família dessa criançada e se está como se relaciona com esse filho que fica assistindo tv o tempo todo? (que de não ter opção legal, nos faz achar legal o que é uma bosta). E desde quando que assisitr CQC virou parâmentro para podermos nos "significar" críticos ou não críticos em relação à tv? Eu gosto... tb, mas isso não me faz mais crítica em relação ao que é veiculado nas mídias. Ah discuto tecnologias na educação (pra mim a tv é uma não?)hehehehhe Bom... essa é minha contribuição pra esse debate. Ao menos, a primeira....

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Edson:
Escrevi alguns comentários... mas o "gasparzinho"... fez sumir... então, aqui vai de novo...Achei muito legal esse texto recente sobre Bakhtin.... acho que de repente pode servir prasnossas discussões no grupo...Sobre o comentário da Bethania de que "me considero fora da escola" - "vamo combinar" que professor licenciado integralmente das atividades desde o início do ano,pelas leis da Física (ao menos se eu não fugir dessa aula...rsrssr.) não consegue falar em prática docente atual?.... Por outro lado, acho que não é só por esporte que fazemos/faço as discussões epistemológicas, pedagógicas polêmicas e agonísticas seja nas aulas do Demétrio, Arden ou no próprio grupo... acho que se não sentisse na pele (seja como aluno ou como professor...)as contradições dessa escola..mais ainda de professor das ciências humanas numa instituição " tecnológica"... que (implicita e até explicitamente) considera "perfumaria" a área de humanidades... e, claro , por ter gente como vocês que também vivem e problematizam essas contradições...nem estaria por essas bandas de cá... estaria praticando outros esportes menos radicais...rsss porém não tão emcocionantes como esses...rssrs...abração a todos!Edsonnão pode falar em ica docente ...", mas é exatamente por viver na pelede aluno e professor as contradições dessa escola é que

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Yoda:
Minha “doce” Mariana (aposto que só eu mesmo pra conseguir identificar sua“doçura”)
Costumo dizer, como Deleuze, certa vez, que “não se simplifica Beethoven”.Assim, tudo requer certo exercício. Não estou falando de eurocentrismo.Estou falando que Tom Zé, Patativa do Assaré e Aleijadinho também não sãofáceis de gostar, como a “Mulher Melancia”, o “Só pra contrariar”, etc. Paraestes últimos, a “cultura” que temos já serve. Não há nenhuma complexidade.Outra coisa, dizer que a Cultura é “chata pra caralho” não me parece um bomargumento. Ao menos se quisermos entender em que ela é “chata pra caralho”.Talvez ainda estejamos bastante intoxicados com a idéia de que lazer é umexercício de “desligamento do pensamento” e de que é preciso apelar para ofácil, para o simples, para podermos “nos divertir”. Penso, sobretudo, nasescolhas artístico-culturais enquanto escolhas com dimensões éticas epolíticas também. E, neste caso, prefiro apoiar politicamente a TV Cultura.Ou tem outra emissora melhor?Beijos e afetos nietzcheanos,Welton

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Coleção primeiros passos: o que é ESCOLA?



Escola é uma construção em formato de caixote, onde seres humanos de diversas idades são agrupados em subdivisões, também cúbicas do caixote, chamadas salas de aula. Nestes locais, os seres humanos em questão são alocados de acordo com suas idades, classe social e capacidade de memorização de coisas completamente inúteis.
Desta forma, se você é um ser humano fodido, pobre, filho de assalariados de baixa renda ou mesmo um assalariado, você será direcionado a uma escola pública. Se você é um filho de assalariados daquele lixo social ao qual chamamos de classe média, você será alocado numa escola particular. E se você é um filho de ricos, irá para uma escola fora do país. Como eu sou do lixo urbano chamado de classe média e, professora de pobres, vou me deter a estes dois assuntos.
Dependendo da idade, um ser humano será alocado, inicialmente, na primeira série. Se, com o passar do tempo, conseguir memorizar parte das coisas inúteis que um ser maléfico chamado de professor considerar satisfatório, passará para a série seguinte – isto nas escolas particulares. Nas escolas públicas, mesmo que não memorize nada do que aquele energúmeno considera satisfatório, ao final do ano, será automaticamente “passado” para uma série seguinte – pois os energ... digo, os professores não agüentam olhar para a sua cara por dois anos consecutivos.
Vale lembrar que os seres humanos agrupados no caixote são chamados de alunos. Obviamente, você já ouviu falar que esta palavra, em sua origem significava “sem luz”. O que nos leva a crer que todo aluno é um cretino fundamental, que poderá ser iluminado se, e somente se, decorar aquela enorme quantidade de bobagens sobre eles despejada em seus anos na escola. Isto é o que se chama, amplamente, de educação.
E o motivo alegado para reunir crianças e jovens no caixote é a tal educação. Analisando-a mais profundamente, trata-se de uma lavagem cerebral muito bem mascarada, na qual, ao mesmo tempo em que se desvia a atenção dos seres humanos alocados no caixote para coisas completamente inúteis, posteriormente cobradas em exames idiotas (exames de cretinice fundamental), ensina-se, nas entrelinhas, muita coisa...
Nas escolas, ensina-se que o modo correto de se viver consiste em acordar às 6 da manhã, mesmo que você morra de sono o dia todo. Ensina-se que o correto é sentar-se num cubo com janelas altas, para ouvir um professor terrorista despejando idéias assustadoras em cima de você, quando você queria mesmo era olhar pra fora da janela.
Mas, não se frustre! Um dia, quando decorar todas aquelas babaquices, você poderá se tornar um professor (um cretino fundamental com um certificado de cretinice) e descontar em seus alunos toda a sua raiva, exercendo o papel de seu ex-professor de maneira muito, mas muito pior! Digo, mais enfática.
De longe, ficar quieto é a coisa mais ensinada na escola. E o ensino desta prática é tão eficiente que acabamos nos calando para o resto da vida, diante de quaisquer situações. Ou seja, na escola, você aprende que o jeito certo de aprender é o seu silêncio.
Aprende também que meninas não devem sentar com as pernas abertas. Mas, que meninos, não só devem como têm que sentar com as pernas abertas. Pois se não sentarem, são gays. E isso é muito ruim. Ninguém explica porque é muito ruim, mas “é sabido”. E, se a cretinice for bem aplicada, ninguém nunca vai querer saber o porquê.
Questionar coisas é uma das práticas a serem “desaprendidas”. Afinal, ela faz muito mal a você, desviando sua atenção de coisas realmente importantes, como ser pontual (porque disseram que você deve ser pontual), escrever dissertações sobre a guerra fria (mesmo que você não tenha nenhuma idéia do que seja a guerra fria), relacionar a reprodução das briófitas existentes na escola (conhecimentos completamente importantes para sua vida!), entre outras atividades escolares singelas com as quais você venha a se deparar e que não te interessam de maneira alguma.
Se você não consegue memorizar muitas bobagens em pouco tempo, você é burro. E isso nada tem a ver com a sua história. É culpa sua mesmo, por não estudar o suficiente, ou seja, não reler aquele monte de bobagens em livros didáticos chatos, como se não bastasse ouvi-las de um professor durante todo o ano.
Na escola, aprendemos a projetar em outros seres humanos ali presentes o inimigo: afinal, são tantas diferenças... que tem que haver um melhor! E este melhor pode ser você! Portanto... nada de solidariedade, socialização, ou afins. Você está ali para ganhar ou perder! Apesar de nunca ninguém ter esclarecido o quê, ou por que ganhar ou perder...
O mais confuso é que, ao mesmo tempo, você é igual a todo mundo, uniformizado numa massaroca de alunos cuja função comum simplificada é obedecer.
Algumas diferenças surgem nas ordens dadas a cada aluno: desta maneira, quando um professor diz a um aluno que este é um idiota, ele provavelmente obedecerá esta ordem e será um idiota. Se um professor diz a um aluno que saia da sala, ele obedecerá a esta ordem e continuará saindo da sala indeterminadamente. Se um professor diz a um aluno que ele escreve brilhantemente, ele provavelmente obedecerá esta ordem e se tornará um escritor. Mas, normalmente, o que se aprende na escola, durante o tempo todo em que estamos lá, é a como ser um cretino fundamental perfeito.
Na escola, também aprendemos que nossos corpos devem permanecer sentados, voltados para frente, não nos distraindo com nossos colegas, estes outros seres humanos que são colocados no caixote conosco. Para esta vontade insana que temos de nos relacionar com estes outros alunos, foram-nos reservados os dez (DEZ!) minutos de intervalo entre as três primeiras e três últimas aulas. Ou seja: temos praticamente todo o tempo do mundo para aprendermos a lidar com outras pessoas que estão numa posição semelhante à nossa... por isso mesmo, fazemos isso tão bem durante a vida toda!



Mari Brasil

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Trabalho em dois turnos!






Conversas entre dois manezinhos da ilha com CTS na cabeça

Teixeira:
Subject: Dúvida
Duas notícias no DC de hoje me chamaram a atenção. Uma incriminando o pessoal que cria, cuida e gosta de passarinho. Coisa horrível trancafiar os pobres bichinhos. Outra notícia enaltecendo uma grande captura de tainhas, que, agonizantes, morrem por sufocamento na areia da praia. Isso é bonito. Umas servem para alegria do estômago. Outros para alegria dos olhos. Um caso é bom, louvável. Outro é ruim, criminoso. Passarinhos em gaiola ficam aos olhos de todos, que os vêem confinados em minúsculos espaços, sofrendo. Tainhas vivem em outro mundo, infinito, inesgotável, longe dos nossos olhos. Ao capturá-las, as salvamos daquela água gelada, das agruras da vida selvagem, e as transformamos em alimento para perpetuar a vida da obra mais importante de deus: nós próprios. Comer passarinho não pode, é pecado, dá cadeia, é crime inafiançável. Comer tainha pode. Capturar e torturar tainha também pode, dá até manchete nos jornais, prêmio e financiamento do governo para aprimorar os meios de capturar mais tainhas ainda. Pensei até em criar tainhas em gaiolas e passsarinhos em aquários, pra poder chamar os tratores da polícia para quebrar as gaiolas e soltar as tainhas e depois pescar passarinhos com alpiste. Mas isso eu não sei se pode. Pode uma coisa dessas?!

Irlan:
Acho que deverias publicar isso num jornal, Teixeira.Mas vamos la, nós aqui não pescamos, matamos peixe.Pássaros nós amamos. Levar passarinho pra passear no fim de semana é um prazer sagrado e motivo de orgulho, incluindo aí a gaiola. Quanto mais bonita e arrumada mais importante o proprietario e, é claro, o passarinho. Freud pode não explicar, mas ali está representada toda a realização daquilo que o feliz proprietario não consegue para si e os seus. Afinal, o passarinho canta de "alegria". E quanto mais canta mais feliz está. É por isso inclusive que se fura os olhos do Assum Preto, para que possa expressar toda a sua felicidade.É um ato de amor do dono da gaiola. Peixe é outra coisa. É um ato de amor a deus que o colocou no mundo para matar a fome e, assim, temos que mata-los, em nome de deus.Deus me livre e guarde.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Ninja Anarquista.

Na reunião passada, discutimos um pouquinho de Bakhtin, para descobrir se ele era 'marxiano' ou venuziano, e acabamos resvalando para questões mais emergenciais importantíssimas como a questão Amazônica, a soberania nacional, a bendita ideologia e suas interpretações e a questão da tolerância com todas a 'minorias' nem tão minorias assim (tudo por causa das várias minorias presentes, inclusive um 'polonês'). Na verdade ficamos chocados com o caso do gaúcho agredido no bairro Ingleses, por usar bombachas...
Depois fomos ao 'Flango e Flitas', onde velamos o soninho da Caidara e discutimos sobre as mulheres e as relações em geral. Caidara acordou, comeu um pedacinho de polenta e foi dormir em casa. Nessa altura, o Edson estava tentando salvar o Lucas de ser transformado num 'Ninja Anarquista' pelo meu poder hipnótico. Não sei mais o que aconteceu depois, nem como cheguei em casa... :-)